quarta-feira, 4 de maio de 2011

London Lesbian and Gay Film Festival





25th BFI London Lesbian and Gay Film Festival
31. marec- 6. april 2011
BFI Southbank



25. londonski festival lezbicnega in gejevskega filma se je zgodil le nekaj dni po najvecjih demonstracijah v angleski zgodovini, ko se je zaradi 'budget cuts' ali krcenja javnih sredstev, kar vkljucuje tudi zdravstvo in kulturo, na ulice pognalo vec kot 250.000 ljudi.
Proracun festivala je bil letos prepolovljen in dolzina skrcena na samo en teden festivalskega dogajanja, kljub temu pa je bil event razprodan ze dolgo pred uradnim zacetkom. V britanskem filmskem institutu(BFI je njihova kinoteka) je bilo na ogled vec kot 35 dolgometraznih filmov, na desetine kratkih, kakor tudi sirok spekter moznosti za participacijo: delavnice za mlade filmarje, predavanja o zgodovini festivala, diskusije o prihodnosti queer kinematografije in tematski party-ji vsako noc. Nespecnim so postregli z vroco mesanico queer burleske, komunisticnega kempa in politicne angaziranosti.



Med filmi bi izpostavila predvsem serijo novih, medsebojno prepletenih produkcij, ki se ukvarjajo s sex-pozitivnim feminizmom. Ta filmska dela povezejo scene Pariza, Berlina, Barcelone in San Francisca v revolucionarno globalno feministicno gibanje s queer elementi.
Mutantes je doc, ki raziskuje 3 desetletja pro-sex gibanja od njegovih zacetkov v 80-ih v ZDA do novejsih evropskih sobivanj in afer med Parizom in Berlinom. V filmu najdete Annie Sprinkle, mhm, tisto performerko, ki je v 90-ih poljubila svojo punco na odru CD in nas vrgla v mainstream. Tako rekoc v zivo vidite tudi Michelle Tea, bivso menhejterko in avtorico knjige Valencia, katero ste pred kratkim prebrale in uzivale v mesanju sokov delavskega razreda. To je SF.



Decembra pa boste imele na nasem festivalu moznost videti se, kaj se zgodi, ko se 7 radikalno osvobojenih punc odpravi s kombijem po Evropi, podkrepljenih z eksajting zvocno podlago bendov Le Tigre in Scream Club: Too Much Pussy! ali sex-pozitiven road movie o feminizmu, pornografiji, artu in izobrazevanju. Every time we fuck we win! kricijo francozinje s seksi naglasom. Pripnite si pasove. Znebite se svoje punce. Kupite igracke. Kmalu bodo namrec v Ljubljani.
V tem kontekstu bi omenila se lezbicni noir The Owls, izpod prstov ze uveljavljene temnopolte ameriske reziserke Cheryl Dunye. Gre za eksperimentalni kolektivni projekt o staranju, politiki, rasi, zelji in tezavah s spolom... Drugace povedano: duh Butler se vedno strasi naokrog.


Eksperimentalna post pornografija je bila siroko dostopna tudi moskemu delu publike. Bruce LaBruce, star znanec ljubljanskega FGLF, vas bo se to zimo teroriziral s svojim zadnjim filmom
L. A. Zombie, v katerem odtujen zombi(francoski zvezdnik mainstream porna François Sagat) tava po ulicah Los Angelesa v iskanju trupel, ki jih potem dosledno pofuka nazaj v zivljenje.
Prav ta tip se znajde tudi v nostalgicnem filmu Man at Bath, ki na trenutke spominja na dokumentarec in se dogaja v enem izmed tistih pariskih predmestij, kjer so potomci arabskih priseljencev nedolgo nazaj zazigali avtomobile v znak protesta nad neznosnimi zivljenskimi pogoji. Melanholicna ljubezenska zgodba med nabildanim francoskim igralcem(dvomim, da je kaksni strejt zenski lahko vsec) in mladim arabskim filmskim reziserjem se seli tudi v center kapitalizma, New York, kjer ob tresoci kameri nastopita se 'Al Pacino' in resnicna Chiara Mastroianni, très belle...
ZELO ZA.




Teasers:




sexta-feira, 22 de abril de 2011

Marianne Breslauer

Marianne Breslauer
Unbeachtete Momente- Fotografien 1927-1936
(Momentos despercebidos- Fotografias 1927-1936)
Berlinische Galerie, Berlim
11 de Junho a 6 de Setembro 2010







http://www.emiliejouvet.com/





“ Como é possível que o teu avô tenha estado num campo de concentração? “ perguntou desconfiando o meu amigo de Tel Aviv, enquanto passeávamos juntos em Berlim. Como se isso fosse um direito exclusivo dos israelitas...
“ Ele era contra o fascismo. “ respondi de uma forma curta.
“ Ai é?” disse ele. “Como assim?”
“ Pronto, a Eslovénia foi ocupada pelos nazis na altura da Segunda Guerra Mundial...”
Ele ficou calado e eu deparei-me com o facto de nunca ter dado grande importância à questão de o meu vovô ter sido judeu ou não.
O nome dele era Vladimir Kosi, quer dizer que era, sim. Quando recebeu a recompensa do estado alemão, ligou-me para Lisboa a dizer: “Olha, quero comprar-te a melhor máquina fotográfica que existe no mundo.”
Logo a seguir, morreu em paz.


A exposição “Momentos despercebidos-Fotografias 1927-1936”, da fotógrafa alemã Marianne Breslauer, é a primeira retrospectiva da artista a nível internacional, que apresenta ao público no conjunto130 imagens em preto e branco, os documentos incontornáveis duma época da crise económica e social.


Mesmo tendo isso em conta, ela escolhe por seu tema privilegiado as mulheres, auto-confiantes e independentes, o que dá um toque político à sua obra. Ela própria correspondia a esta imagem da “ nova feminilidade” dos anos vinte do século passado, com cabelo curto e os gestos demonstrativos de uma geração de jovens aspirantes à emancipação. Estas mulheres eram curiosas, urbanas, livres de preocupações materiais e usavam plenamente as liberdades oferecidas na altura da modernização da sociedade entre as duas guerras.


Em paralelo, em Paris, uma cidade que ela ia visitar nas suas frequentes viagens pelo mundo, aparecem as “garçonnes”, marcando com a sua presença os “années folles” entre 1919(fim da Primeira Guerra Mundial) e 1929(início da crise). Também elas lutam pela emancipação e a igualdade dos sexos, usando uma forma de “cross-dressing”. Isso reflecte a mutação cultural da representação do género feminino e prefigura a mulher contemporânea. É muito conhecida a história de como a Coco Chanel apareceu uma vez num evento social vestida no fato de homem e assim desafiou os limites impostos ao seu sexo como também à classe a qual ela pertencia(a classe trabalhadora).


O trabalho de fotografa encaixa-se bem neste novo tempo. Ele promete a expressão artística, reconhecimento profissional e até mesmo a independência económica.

A Marianne Breslauer levou duas carreiras na sua vida, uma foi de artista e outra de galerista, quando decidiu de deixar a fotografia de lado e dedicar-se à galeria do seu marido onde teve o mesmo sucesso. Foi amiga de muitos artistas e intelectuais da época entre os quais se distingue, para além da amizade com o Man Ray, a sua misteriosa e pouco explorada relação com a escritora e fotógrafa Annemarie Schwarzenbach(a próposito, a sua exposição esteve este ano no CCB ). Depois de se conhecerem, as mulheres partiram juntas para uma viagem por Espanha no Mercedes branco de miss Schwarzenbach(só para lembrar que não era muito comum as mulheres conduzirem um carro na altura... ) . Marianne disse em homenagem à sua amiga esta frase que atravessa o tempo: “Neither a woman nor a man, but an angel, an archangel. “


É interessante ver a exposição em conjunto com o Museu Judaico que fica à distância de poucos minutos de Berlinische Galerie, ambos no bairro de Kreuzberg. Concebido pelo arquitecto Daniel Liebeskind e aberto desde 2001, tematiza a história social, política e cultural dos Judeus na Alemanha desde o século IV até ao presente. O arquitecto refere-se na apresentação do museu à “nova arquitectura”, entendida como uma abrangente visão da história, dos museus e da relação entre o programa e o espaço arquitectónico. “To summarize this fourfold structure: the first is invisible and irrationally connected star which shines with absent light of individual address; the second is a a cut off of Act 2 of Moses and Aaron” (uma peça do compositor Schöneberg) “which culminates with the non-musical fulfilment of the world; the third is the ever-present dimension of the deported and missing Berliners; the forth is Walter Benjamin's urban apocalypse along the One Way Street” (o livro dedicado à mulher que nunca conquistou).”


Na altura em que visitei Berlim, estava lá também a Judith Butler, a participar na conferência “Performing the Future” com um discurso intitulado “Performative Gender, Precarious Politics- or, Whose Future?”. Ela entende o género como performance, ideia que partilha com as mulheres dos anos vinte.
Como se sabe, Judith Butler rejeitou o prémio da Berlin Pride, dedicado à exemplar coragem civil dizendo: “I must distance myself from this racist complicity. “ A crítica dirige-se ao homonacionalismo anti-imigrante e anti-muçulmano galopante das Marchas de Orgulho internacionais. Aqui não escapam as Marchas de Lisboa ou de Liubliana, a primeira por deixar de fora a vasta população brasileira e a segunda por negar a exploração legalizada dos inúmeros trabalhadores originários da Bósnia no país, enquanto na Alemanha 'o problema' são neste momento os turcos(como também as pessoas de cor ou religião não maioritária), não conseguindo livrar-se do fantasma do passado.

Como se pode esperar, sentia-me em casa em Kreuzberg, o bairro dos imigrantes turcos e artistas emergentes, como também sempre tinha incontornáveis amigos brasileiros em Lisboa ou amigos da ex- Jugoslávia(seja qual for a sua nacionalidade pós-guerra), estes últimos espalhados pelo mundo...


Basta lembrar, e através disso estabelecer a ligação entre as duas épocas separadas por quase um século, que o nazismo(e a sua versão global, o fascismo) foi baseado em mitos e na irracionalidade.




quarta-feira, 20 de abril de 2011

Elektro Guzzi Live! + Patrick Pulsinger Live!

Kino Siska
Petek, 25. marec 2011, ob 22:00
DJ after: electrosacher(ohm records/Trst)









http://www.myspace.com/elektroguzzi





Sodobno elektronsko glasbo je nemogoce percipirat brez njenih avantgardnih zacetkov, ki segajo vse do 20-ih let prejsnjega stoletja in italijanskih futuristov. Ker so bili tipi drugace sporni, predvsem politicno, odkrito so namrec podpirali fasizem, bomo to dekadentno obdobje preskocili in se za trenutek ustavili v 70-ih ter Kraftwerk. Man Machine je album, ki je definiral to kar bo elektronika postala v prihodnosti, ne glede na to ali gre za techno, njegovo podzvrst minimal ali bolj eksperimentalne in toksicne zadeve.
Macro, prvi album dunajskih nekastriranih deckov Electro Guzzi, potem ko so imeli prebukiran tour po Japonski, koncert v berlinskem Berghainu in londonskem Fabric, 'cloveka masino' redefinira in odstrani iz njega single frame, ter odpre strukturo organskemu technu ali analogni razlicici tega kar poslusamo v najboljsih elektronskih haremih po Evropi. Revolucionarno torej. Ceprav, no, moram priznat, da sem taksne jasno zamejene dubish sekvence, ki prehajajo v neslisane digitalne zvocne pokrajine, modernih glasbenih producentov in performerjev ze slisala v Lizboni. Mécanosphère so nekaj podobnega delali istocasno, a z manj odmeva ali delaya . Ali je to zato, ker je njihov ustanovitelj nevrotik? Morda, kdo bi vedel. Zdaj so se verjetno ze sesuli sami vase. Nekoc sva z B. B. snemala album v improviziranem studiu z analognimi masinami. Posodila sem mu glas. Heteroseksist kot je ga je potem zamenjal s surovim glasom nekega portugalskega machota. Whatever.
Koncert v Kinu Siska, ki se pocasi postavlja ob enakovreden bok najbolj avant glasbenim venjus v Evropi, je bil nepozaben muzikalni event odigran precizno in gibanju prijazno v klasicni zasedbi bobnov, basa in kitare ter z dobro mero elegantnega sozvocja z dvorano. Seveda ni jasno zakaj je Katedrala v petek zvecer na pol prazna, v njej se stiskajo le poznavalci in se ti takoj po koncertu pobegnejo domov. Afterpartyji v Ljubljani ocitno ne delujejo, ceprav se zacnejo ze ob 24h. Treba je it zgodaj spat, da bomo lahko sli zjutraj na trznico po zelenjavo za 4evre/kila in potem povabili starse od punce na kosilo, ce se nismo ze prej dogovorili za vikend nekje izven Ljubljane. Sej, kaj bi pa delali v urbanem okolju?! Mislim no.
Da ne pozabim- bili smo prica se enemu live, techno daddy in kultni producent Patrcik Pulsnger (med drugim H&LA) nas je z razsirjeno zasedbo umiksal v svoje komade. Njegov zadnji album Impassive Skies, vkljucuje med sodelujocimi celo- a kljub temu nepresenetljivo- madzarskega 'Endless Summer' teaserja Fennesza. Kar doda zvoku albuma rahlo(cutno) eksperimentalno noto. ZELO ZA.




http://www.myspace.com/patrickpulsinger

domingo, 20 de março de 2011

Untitled(Watermelons)



apex art, NY


Proposal Title: Untitled(Watermelons)

Submission:


“ Because of its restless, unfixed boundaries, its multiplicities, and the state of “permanent transition” within which it is practiced and communicated, contemporary art tends to be much more resistant to global totalization. ” Okwui Enwezor


"All love affairs happen in foreign cities. “ Jalal Toufic


On the extreme South West of fortress Europe there is a city where watermelons fall instead of bombs. The city is known also for its windy, cosmopolitan nature that welcomes the visitors. The Atlantic Ocean connects it with the Cape Verd Islands in West Africa, with Rio de Janeiro, Brasil and with NYC, through infinite migrations. Unlike in the early 20th century, when the passangers used to travel by boat, the metamorphosis now occurs in the air, the most transitional of all zones.


In this largerly mixed city once existed an art space called Societé Anonyme(after Duchamp's organization of course) , where artists from different continents and time zones gathered to discuss and show their work. The scope of the space was wide-angle, transnational, postcolonial... global. It functioned as a kind of a platform that enabled future collaborations on different scales worldwide.


During the WW2 the city represented a refuge for the artists, intelectuals and homosexuals running from nazi Germany before departing to NYC. There is a photographer- sharp, unfocused and feminine, who reminds me of this city, totally unaware of its chaotic nature.


Watermelons are the connecting element between the artworks in this exhibition, while the general framework is provided by the artists' connection to the unknown metropola, rather invisible on the artworld's map. The red fruit with black seeds and green skin is linked to the free-floating desire in Tsai Ming-Liang's The Wayward Cloud; it takes the form of something far more flamboyant in DJ/Rupture's weekly radio show Mudd Up! that will be transmitted live in the gallery; and becomes unpredictable when the photographer Masha Tsvar gets a carte blanche to produce a new work.


The exhibition's title Untitled(Watermelons) refers to a tendency in contemporary art to mask the title of an artwork in order to keep its aura untouched and can be understood in this case as an attempt at or a follower of the institutional critique, this time placed in a tropical environment. What we disguise here is the meaning of watermelons for the artworld in general and the audience in particular. While the time for a new upheaval, following the sequence of liberation movements of the 20th century, has arrived not only for the Arab world(to fight its autocratic regimes) , but on global level.

Akram Zaatari: This Day




Akram Zaatari: This Day

Mala galerija, Liubliana

1 de Março a 10 de Abril 2011

Curadora convidada: Galit Eilat


Num momento em que estamos a assistir às mudanças radicais nas sociedades do Norte da África, arrastando-se pelo todo o Médio Oriente e com possíveis repercussões nas outras partes do mundo face à democracia, a Mala galerija em Liubliana apresenta o projecto do artista líbanes Akram Zaatari apropriadamente chamado This Day.


Trata-se do presente, sem esquecer o passado bifurcante desde os anos cinquenta do século vinte, tal é o time-span do projecto, com o futuro imprevisível e em perfeita sintónia com as incertezas da própria situação politica de Líbano que assistiu a uma revolução recente, nomeadamente em 2005 ou pouco antes da última invasão dos israelitas em Junho de 2006.


Akram Zaatari é um artista, realizador e curador baseado em Beirute. Junto com o Walid Raad ele foi um dos fundadores da Arab Image Foundation, uma instituição muito viva dedicada à preservação e à disseminação das imagens do Médio Oriente com base em Beirute, uma das mais vibrantes capitais de arte de nossos tempos.


O This Day é um ongoing research project onde o artista procura investigar os mais variados documentos que testemunham a actual situação cultural e política de Líbano. A curadora convidada Galit Eilat(Israel) , uma passageira frequente no voo de Tel Aviv com o destino Liubliana, fala de uma aproximação aos metodos arqueológicos na maneira como o artista revela devagar as camadas intimas da História contidas nas experiências do quotidiano de um território sujeito à constantes invasões e retiradas militares.


Voltando para o This Day; a instalação ocupa uma sala inteira no espaço adjacente da Moderna galerija, a principal instituição eslovena para arte contemporânea, dedicado aos projectos de natureza mais experimental. Fica numa das avenidas que atravessam o centro da cidade, rodeado pelas lojas, algumas delas ainda dos tempos do socialismo, sem nós percebermos sequer que estamos a entrar num espaço de arte.


O projecto de Akram Zaatari é dividido em várias partes ou podia-se dizer capítulos, já que as últimas revoluções atravessando o mundo árabe devolveram a primazia às palavras enquanto as imagens, sendo poucas e não representativas da realidade em transformação súbita ficaram por trás.

Em fim, acabando com os regimes autocratas de vez.


Portanto, à semelhança dos acontecimentos actuais, o artwork é constituido por seguintes elementos de maneira democrática: The Desert Panorama, um estudo da colecção de fotografias do deserto da Síria, tiradas nos anos cinquenta do século passado por historiador sírio Jibrail Jabbur e o fotografo Manoug de origem armeno-libanêsa; e Recordings, uma colecção de documentos e das fotografias do próprio artista que têm a ver com a invasão dos israelitas em 1982, este último subdividido em ciclo Learning Photography e o vídeo Saida 6. 6. 1982.


Especial destaque merecem sem dúvida as fotografias da série Learning Photography, tiradas pelo Zaatari em 1982 aos 16 anos enquanto observava os bombardeamentos da sua cidade pela varanda da sua casa em tempo real. As fotografias foram ampliadas em 2002 numa escala grande, mas mantêm a intimidade que as liga à outra época, como também a estranheza de ver na mesma série as imagens dos membros da sua familia que parecem ser tiradas de um Foto Album, a natureza morta dos cactos na sala de estar e as mais directas imagens do ataque aéreo e terrestre. Algumas imagens até parecem algo que não são, por exemplo a sua qualidade instantânea faz lembrar à obra do Gordon Matta-Clark e os seus cortes nos prédios nova-iorquinos nos anos setenta ou à qualquer imagem foto-journalística recente e estilizada, de composição perfeita, como se negando a existência da guerra.


As fotografias constituindo a série Learning Photography igualmente remetem para a a série We decided to let them say, “we are convinced, “ twice(2002) de Walid Raad, que forma um dos núcleos importantes do projecto The Atlas Group(1989-2004) , uma investigação na História contemporânea do Líbano com ênfase especial nas guerras de 1975 a 1990.

Aqui o Raad tirou as fotografias da mesma invasão israelita em 1982 na parte ocidental de Beirute só para poder amplia-las em 2002 àpos um olhar crítico para os negativos novamente, desta vez mais consciente do seu impacto, mesmo este sendo fugaz.

Ao mesmo tempo ele está claramente a desafiar as nossas noções da História.


Em termos formais as imagens do Raad e do Zaatari são parecidas, mesmo umas sendo à preto e branco e outras à cores, ambas contêm os riscos indeleveis, como se as explosões transformassem em pô ao longo da História, deixando as marcas gravadas na pelicula.


Nas palavras do Raad: “Eu tinha 15 anos em 1982 e queria estar tão perto dos acontecimentos quanto possível, ou tanto quanto a minha máquina e as lentes acabadas de comprar o permitissem. Claramente, não suficiantemente perto. “



Jessica 6: Fun Girl




Benetke, 23. februar 2011


Pocasi srkam espreso na sončen dan blizu železniške postaje St. Luzia in vse ostalo izgublja pomen. Kasneje imam let za Lizbono, kjer je brooklynški bend Hercules&Love Affair zelo priljubljen med LGBTQ populacijo in zasledovalci že odkar se je pojavil njihov prvi single Blind. Razočaranje, ki sili iz besedila komada nekam ven, je pravšnje za čas recesije:

"As a child I knew/that the stars could only get brighter/and we would get closer, get closer.

Now that I'm older/the stars should lie upon my face/and when I find myself alone/I feel like/I am blind. "

Ne, zvezde ne bojo vedno jasneje svetile in naše življenje ne bo boljše kot je- prej nasprotno.


Ni naključje, da je bend nastopil v kozmopolitskem mestu na jugo-vzhodu Evrope le dva dni preden je transeksualna pevka in performerka Nomi Ruiz pristala s svojim drugim bendom Jessica 6 v nekoliko provincialni Ljubljani.

Želim si, da bi lahko z njo(Nomi) debatirala o različnih stvareh, a zanima me predvsem kako je uspel koncert v Luxu, enem izmed najboljših klubov v Evropi. Lociran nekje v pristanišču, razkriva čudovit najtvižn na reko ali pa je to Atlantik? Iz strehe, kjer navadno igra počasen soundtrack, se da celo opazovati nebo polno zvezd.


Koncert v nedolgo nazaj ponovno odprtem Kinu Šiška, legendarnem kinu, ki se je transformiral v cemter urbane kulture s pomočjo arhitektke Apolonije Šušteršič, je bil bolj intimen, po velikosti in pristopu. Presenetljivo sta bila na eventu le dva outirana geja in skupina običajnih osumljenk-lezbičnih aktivistk vseh generacij iz Caféja Open. In to navkljub svetli zvezdi, ki je sijala iz odra aka Nomi Ruiz. Morda je slovenska družba ravnokar v obdobju transfobične tranzicije.


Performens je bil izveden po najvišjih standardih tovrstnega javega nastopanja. Nomi Ruiz ni samo muy bonita, ampak ima tudi globok in zapeljiv ženski glas, ki publiki ne pusti dihati od začetka do konca koncerta. Bend je ostajal v senci, podpiral in reagiral na vsak njen trzljaj. Zvok je manj bicha in mainstream kot H&LA, čeprav ima tisti značilen NY beat, nekoliko underground nekoliko disco, vsekakor zelo poslušljivo in prijetno za ušesa.


Jessica 6- Fun Girl


In potem so bile tiste seksi noge, ki jih je opazil tako ženski kot moški del dvorane, pa najlepše temne oči in perfektno zlikani dolgi lasje, ampak predvsem je šlo za neverjeten prenos energije na publiko. Eden izmed najmočnejših momentov je bil, ko se je ponovno oblekla, tokrat v črno usnjeno jakno s številko 6 na hrbtu, svetlečo črno miniko in črn klobuk, ki jo je naredil še bolj skrivnostno in senzualno. Kljub temu je bilo očitno, da ni vzpostavila interakcije s publiko ali vsaj očesnega kontakta, verjetno je pogrešala fante, ki bi stali in kričali v prvih vrstah. A oni so četali na virtualnih forumih kot običajno.


Resumindo, koncert vreden svojega imena in celo s presežki: noč, ki se je transformirala v nekaj drugega- morda v zvezdno galaksijo- na način kot se je Nomi preobrazila na odru iz človeškega bitja v neko drugo mogočno kreaturo in pustila za seboj vsaj minimalno upanje v boljše čase.

Nestrpno pričakujemo njihovo prvo ploščo. ki bo izšla v kratkem.


Jessica 6- White Horse