domingo, 20 de março de 2011

Untitled(Watermelons)



apex art, NY


Proposal Title: Untitled(Watermelons)

Submission:


“ Because of its restless, unfixed boundaries, its multiplicities, and the state of “permanent transition” within which it is practiced and communicated, contemporary art tends to be much more resistant to global totalization. ” Okwui Enwezor


"All love affairs happen in foreign cities. “ Jalal Toufic


On the extreme South West of fortress Europe there is a city where watermelons fall instead of bombs. The city is known also for its windy, cosmopolitan nature that welcomes the visitors. The Atlantic Ocean connects it with the Cape Verd Islands in West Africa, with Rio de Janeiro, Brasil and with NYC, through infinite migrations. Unlike in the early 20th century, when the passangers used to travel by boat, the metamorphosis now occurs in the air, the most transitional of all zones.


In this largerly mixed city once existed an art space called Societé Anonyme(after Duchamp's organization of course) , where artists from different continents and time zones gathered to discuss and show their work. The scope of the space was wide-angle, transnational, postcolonial... global. It functioned as a kind of a platform that enabled future collaborations on different scales worldwide.


During the WW2 the city represented a refuge for the artists, intelectuals and homosexuals running from nazi Germany before departing to NYC. There is a photographer- sharp, unfocused and feminine, who reminds me of this city, totally unaware of its chaotic nature.


Watermelons are the connecting element between the artworks in this exhibition, while the general framework is provided by the artists' connection to the unknown metropola, rather invisible on the artworld's map. The red fruit with black seeds and green skin is linked to the free-floating desire in Tsai Ming-Liang's The Wayward Cloud; it takes the form of something far more flamboyant in DJ/Rupture's weekly radio show Mudd Up! that will be transmitted live in the gallery; and becomes unpredictable when the photographer Masha Tsvar gets a carte blanche to produce a new work.


The exhibition's title Untitled(Watermelons) refers to a tendency in contemporary art to mask the title of an artwork in order to keep its aura untouched and can be understood in this case as an attempt at or a follower of the institutional critique, this time placed in a tropical environment. What we disguise here is the meaning of watermelons for the artworld in general and the audience in particular. While the time for a new upheaval, following the sequence of liberation movements of the 20th century, has arrived not only for the Arab world(to fight its autocratic regimes) , but on global level.

Akram Zaatari: This Day




Akram Zaatari: This Day

Mala galerija, Liubliana

1 de Março a 10 de Abril 2011

Curadora convidada: Galit Eilat


Num momento em que estamos a assistir às mudanças radicais nas sociedades do Norte da África, arrastando-se pelo todo o Médio Oriente e com possíveis repercussões nas outras partes do mundo face à democracia, a Mala galerija em Liubliana apresenta o projecto do artista líbanes Akram Zaatari apropriadamente chamado This Day.


Trata-se do presente, sem esquecer o passado bifurcante desde os anos cinquenta do século vinte, tal é o time-span do projecto, com o futuro imprevisível e em perfeita sintónia com as incertezas da própria situação politica de Líbano que assistiu a uma revolução recente, nomeadamente em 2005 ou pouco antes da última invasão dos israelitas em Junho de 2006.


Akram Zaatari é um artista, realizador e curador baseado em Beirute. Junto com o Walid Raad ele foi um dos fundadores da Arab Image Foundation, uma instituição muito viva dedicada à preservação e à disseminação das imagens do Médio Oriente com base em Beirute, uma das mais vibrantes capitais de arte de nossos tempos.


O This Day é um ongoing research project onde o artista procura investigar os mais variados documentos que testemunham a actual situação cultural e política de Líbano. A curadora convidada Galit Eilat(Israel) , uma passageira frequente no voo de Tel Aviv com o destino Liubliana, fala de uma aproximação aos metodos arqueológicos na maneira como o artista revela devagar as camadas intimas da História contidas nas experiências do quotidiano de um território sujeito à constantes invasões e retiradas militares.


Voltando para o This Day; a instalação ocupa uma sala inteira no espaço adjacente da Moderna galerija, a principal instituição eslovena para arte contemporânea, dedicado aos projectos de natureza mais experimental. Fica numa das avenidas que atravessam o centro da cidade, rodeado pelas lojas, algumas delas ainda dos tempos do socialismo, sem nós percebermos sequer que estamos a entrar num espaço de arte.


O projecto de Akram Zaatari é dividido em várias partes ou podia-se dizer capítulos, já que as últimas revoluções atravessando o mundo árabe devolveram a primazia às palavras enquanto as imagens, sendo poucas e não representativas da realidade em transformação súbita ficaram por trás.

Em fim, acabando com os regimes autocratas de vez.


Portanto, à semelhança dos acontecimentos actuais, o artwork é constituido por seguintes elementos de maneira democrática: The Desert Panorama, um estudo da colecção de fotografias do deserto da Síria, tiradas nos anos cinquenta do século passado por historiador sírio Jibrail Jabbur e o fotografo Manoug de origem armeno-libanêsa; e Recordings, uma colecção de documentos e das fotografias do próprio artista que têm a ver com a invasão dos israelitas em 1982, este último subdividido em ciclo Learning Photography e o vídeo Saida 6. 6. 1982.


Especial destaque merecem sem dúvida as fotografias da série Learning Photography, tiradas pelo Zaatari em 1982 aos 16 anos enquanto observava os bombardeamentos da sua cidade pela varanda da sua casa em tempo real. As fotografias foram ampliadas em 2002 numa escala grande, mas mantêm a intimidade que as liga à outra época, como também a estranheza de ver na mesma série as imagens dos membros da sua familia que parecem ser tiradas de um Foto Album, a natureza morta dos cactos na sala de estar e as mais directas imagens do ataque aéreo e terrestre. Algumas imagens até parecem algo que não são, por exemplo a sua qualidade instantânea faz lembrar à obra do Gordon Matta-Clark e os seus cortes nos prédios nova-iorquinos nos anos setenta ou à qualquer imagem foto-journalística recente e estilizada, de composição perfeita, como se negando a existência da guerra.


As fotografias constituindo a série Learning Photography igualmente remetem para a a série We decided to let them say, “we are convinced, “ twice(2002) de Walid Raad, que forma um dos núcleos importantes do projecto The Atlas Group(1989-2004) , uma investigação na História contemporânea do Líbano com ênfase especial nas guerras de 1975 a 1990.

Aqui o Raad tirou as fotografias da mesma invasão israelita em 1982 na parte ocidental de Beirute só para poder amplia-las em 2002 àpos um olhar crítico para os negativos novamente, desta vez mais consciente do seu impacto, mesmo este sendo fugaz.

Ao mesmo tempo ele está claramente a desafiar as nossas noções da História.


Em termos formais as imagens do Raad e do Zaatari são parecidas, mesmo umas sendo à preto e branco e outras à cores, ambas contêm os riscos indeleveis, como se as explosões transformassem em pô ao longo da História, deixando as marcas gravadas na pelicula.


Nas palavras do Raad: “Eu tinha 15 anos em 1982 e queria estar tão perto dos acontecimentos quanto possível, ou tanto quanto a minha máquina e as lentes acabadas de comprar o permitissem. Claramente, não suficiantemente perto. “



Jessica 6: Fun Girl




Benetke, 23. februar 2011


Pocasi srkam espreso na sončen dan blizu železniške postaje St. Luzia in vse ostalo izgublja pomen. Kasneje imam let za Lizbono, kjer je brooklynški bend Hercules&Love Affair zelo priljubljen med LGBTQ populacijo in zasledovalci že odkar se je pojavil njihov prvi single Blind. Razočaranje, ki sili iz besedila komada nekam ven, je pravšnje za čas recesije:

"As a child I knew/that the stars could only get brighter/and we would get closer, get closer.

Now that I'm older/the stars should lie upon my face/and when I find myself alone/I feel like/I am blind. "

Ne, zvezde ne bojo vedno jasneje svetile in naše življenje ne bo boljše kot je- prej nasprotno.


Ni naključje, da je bend nastopil v kozmopolitskem mestu na jugo-vzhodu Evrope le dva dni preden je transeksualna pevka in performerka Nomi Ruiz pristala s svojim drugim bendom Jessica 6 v nekoliko provincialni Ljubljani.

Želim si, da bi lahko z njo(Nomi) debatirala o različnih stvareh, a zanima me predvsem kako je uspel koncert v Luxu, enem izmed najboljših klubov v Evropi. Lociran nekje v pristanišču, razkriva čudovit najtvižn na reko ali pa je to Atlantik? Iz strehe, kjer navadno igra počasen soundtrack, se da celo opazovati nebo polno zvezd.


Koncert v nedolgo nazaj ponovno odprtem Kinu Šiška, legendarnem kinu, ki se je transformiral v cemter urbane kulture s pomočjo arhitektke Apolonije Šušteršič, je bil bolj intimen, po velikosti in pristopu. Presenetljivo sta bila na eventu le dva outirana geja in skupina običajnih osumljenk-lezbičnih aktivistk vseh generacij iz Caféja Open. In to navkljub svetli zvezdi, ki je sijala iz odra aka Nomi Ruiz. Morda je slovenska družba ravnokar v obdobju transfobične tranzicije.


Performens je bil izveden po najvišjih standardih tovrstnega javega nastopanja. Nomi Ruiz ni samo muy bonita, ampak ima tudi globok in zapeljiv ženski glas, ki publiki ne pusti dihati od začetka do konca koncerta. Bend je ostajal v senci, podpiral in reagiral na vsak njen trzljaj. Zvok je manj bicha in mainstream kot H&LA, čeprav ima tisti značilen NY beat, nekoliko underground nekoliko disco, vsekakor zelo poslušljivo in prijetno za ušesa.


Jessica 6- Fun Girl


In potem so bile tiste seksi noge, ki jih je opazil tako ženski kot moški del dvorane, pa najlepše temne oči in perfektno zlikani dolgi lasje, ampak predvsem je šlo za neverjeten prenos energije na publiko. Eden izmed najmočnejših momentov je bil, ko se je ponovno oblekla, tokrat v črno usnjeno jakno s številko 6 na hrbtu, svetlečo črno miniko in črn klobuk, ki jo je naredil še bolj skrivnostno in senzualno. Kljub temu je bilo očitno, da ni vzpostavila interakcije s publiko ali vsaj očesnega kontakta, verjetno je pogrešala fante, ki bi stali in kričali v prvih vrstah. A oni so četali na virtualnih forumih kot običajno.


Resumindo, koncert vreden svojega imena in celo s presežki: noč, ki se je transformirala v nekaj drugega- morda v zvezdno galaksijo- na način kot se je Nomi preobrazila na odru iz človeškega bitja v neko drugo mogočno kreaturo in pustila za seboj vsaj minimalno upanje v boljše čase.

Nestrpno pričakujemo njihovo prvo ploščo. ki bo izšla v kratkem.


Jessica 6- White Horse